Introdução
Coito programado e inseminação intrauterina (IIU) são as técnicas de reprodução assistida mais antigas que permanecem sendo utilizadas em todo o mundo. São técnicas de tratamento para infertilidade que empregam o uso de diferentes drogas para obter estímulo ovulatório seguido pela introdução do esperma na cavidade vaginal e uterina respectivamente.
Obtida a fecundação, a implantação do blastocisto e manutenção da gestação inicial dependem fortemente da produção de progesterona pelo corpo lúteo até a transferência lúteo-placentária ( 7-10 semanas de gestação), quando a placenta assume o controle endócrino da gravidez.Vários mecanismos foram propostos para explicar a deficiência lútea em ciclos assistidos como o desenvolvimento de múltiplos folículos e consequente produção suprafisiológica de estrogênio pelo corpo lúteo, down-regulation usando GnRHObjetivo: Avaliar a eficácia do suporte de fase lútea com progesterona em mulheres inférteis submetidas a IIU.
Métodos
Pesquisa de estudos na base Medline, por intermédio do PubMed utilizando-se dos trabalhos publicados nos últimos 3 anos.
Resultados
Técnicas de reprodução assistida sabidamente produzem uma fase lútea deficiente exigindo a administração exógena de progesterona ou doses repetidas de HCG. A principal causa de deficiência de fase lútea em ciclos assistidos (FIV) provavelmente é o crescimento de múltiplos folículos e, consequentemente, níveis suprafisiológicos de estrogênio que interfere na secreção de LH via feedbacks negativo. Assim, desde que frequentemente mais de um folículo dominante é obtido em ciclos de IIU, parece razoável conceber que níveis hormonais obtidos durante a estimulação ovariana podem potencialmente mimetizar os efeitos observados na FIV, ainda que em níveis mais baixos. Assim, é plausível biologicamente que em ciclos estimulados de IIU haverá benefício na suplementação de progesterona na fase lútea.De fato, a análise dos diferentes estudos mostrou um aumento significativo na taxa de nascidos vivos em mulheres recebendo progesterona na fase lútea, sem alterar as taxas de abortamento e de multiparidade. Contudo, essas diferenças foram observadas apenas no subgrupo de mulheres que receberam FSH recombinante na indução da ovulação. Quando utilizados o citrato de clomifeno (CC) ou LETROZOLE para estimulação ovariana, a administração de progesterona não melhorou os resultados reprodutivos, o que pode ser explicado pela atividade biológica dessas drogas.Assim, parece plausível que em ciclos de IIU estimulados com FSH-r haverá benefício na suplementação de progesterona na fase lútea. Além disso, os estudos também mostraram que o uso das diferentes formulações farmacêuticas para diferentes vias de administração, sejam elas a via oral, retal, vaginal, subcutânea ou intramuscular, não foram estatisticamente significativas no resultado, importando apenas os diferentes efeitos colaterais relacionados a cada via de administração.
Conclusão
Existe evidência clínica que sugere que a suplementação de fase lútea com progesterona aumenta significativamente a taxa de nascidos vivos em mulheres submetidas a inseminação intrauterina, particularmente quando usamos o FSH recombinante para induzir a ovulação, sem aumento dos riscos de hiperestimulação ovariana associada ao uso de doses repetidas de HCG.
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