Introdução: O coito programado consiste em uma técnica de baixa complexidade e de baixo custo, bastante utilizada em serviços de saúde pública.1 Nos tratamentos de coito programado, a fertilização ocorre no próprio organismo e não necessita de uma estrutura de laboratório complexa nem ambiente cirúrgico para sua realização. Além disso, utilizam protocolos simples e de baixo risco para estimulação ovariana, sendo mais fáceis de serem realizados pelo ginecologista geral. 1,2Objetivo: Determinar quais as indicações para o tratamento de infertilidade envolvendo coito programado, segundo as evidências atuais.Materiais e Métodos: Pesquisa de estudos na base Medline, por intermédio do PubMed, levantando-se trabalhos publicados nos últimos 15 anos.Resultados: As principais indicações para tratamentos de baixa complexidade incluem pacientes jovens, fator ovulatório como causa da infertilidade, pacientes virgens de tratamento anteriores, parceiro com exames normais ou fator masculino leve e integridade do sistema anatômico feminino. 1,3 Hasim e cols 2 avaliaram 188 pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP) que foram submetidas a indução da ovulação com citrato de clomifeno, divididas em 2 grupos, coito programado e inseminação intrauterina, encontrando taxas de gestação semelhante entre os grupos, sendo o coito programado considerado, então, indicado para o tratamento inicial de pacientes com SOP, por apresentar menor custo e ser menos invasivo. Outros autores também encontraram resultados semelhantes quando se comparou coito programado e inseminação intrauterina, reforçando a escolha pelo coito programado devido menor custo. 3,4Conclusão: A opção pela baixa complexidade, que inclui o coito programado, deve ser feita apenas nos casos de anovulação crônica, infertilidade por menos de 2 anos de evolução e em pacientes com idade inferior a 35 anos, desde que as trompas sejam pérvias, o espermograma seja normal ou com oligoastenospermia leve e levando-se em conta a restrição financeira do casal, que dificulta a escolha pela alta complexidade.Referências:1. Manders M, McLindon L, Schulze B, Beckmann MM, Kremer JAM, Farquhar C. Timed intercourse for couples trying to conceive (Review). Cochrane Database of Systematic Reviews 2015.2. Hashim AH, Ombar O, Elaal IA. Intrauterine insemination versus timed intercourse with clomiphene citrate in polycystic ovarian syndrome: a randomized controlled trial. Acta Obstetricia et Gynecologica Scandinavica, 2011; 344-350.3. Snick HK, Collins JA, Evers JLH. What is the most valid comparison treatment in trials of intrauterine insemination, time or uninfluenced intercourse? A systematic review and meta-analysis of indirect evidence. Human Reproduction, 2008; vol. 23, No 10, 2239-2245.4. Agarval S, Mittal S. A randomized prospective trial of intrauterine insemination versus timed intercourse in superovulated cycles with clomiphene. Indian J Med Res, 2004; 120(6): 519-522.Quando indicar coito programado?O coito programado consiste em uma técnica de baixa complexidade e de baixo custo, cuja fertilização ocorre no próprio organismo e não necessita de uma estrutura de laboratório complexa nem ambiente cirúrgico para sua realização. Além disso, utilizam protocolos simples e de baixo risco para estimulação ovariana, sendo mais fáceis de serem realizados pelo ginecologista geral.As principais indicações para tratamentos de baixa complexidade incluem pacientes jovens (até 35 anos), disfunções ovulatórias ou discretas alterações no espermograma como causa da infertilidade, pacientes virgens de tratamento anterior e integridade do sistema anatômico feminino. Deve-se, ainda, levar em conta a restrição financeira do casal, que dificulta a escolha por tratamentos mais complexos.
28
September
2017
Quando indicar coito programado?
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